segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Caruaru: médicos ratificam pedido de demissão

Em assembleia realizada nesta quinta-feira, 24/09, na sede da Associação de Medicina de Caruaru, em Pernambuco, 111 médicos reafirmaram o pedido de demissão, que foi entregue há 30 dias na Secretaria Municipal de Saúde. Desse total, 89 enviaram à secretaria uma carta ratificando a decisão, para que não restasse nenhuma dúvida. Após quatro meses de negociações entre o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) e a Prefeitura, e sem a contemplação total dos itens solicitados na pauta de reivindicações, a categoria decidiu efetivar a entrega dos cargo nesta sexta, 25.

Durante as negociações, os médicos defendiam a equiparação salarial com os colegas do Estado e de outras cidades como Recife e Petrolina, que é de R$ 3.060. O vencimento dos médicos de Caruaru é R$ 922 e a proposta da Prefeitura foi de aumentar pra R$2.290.

Segundo o presidente do Simepe, Antônio Jordão, a situação chegou a esse nível porque a Prefeitura não conduziu a negociação respeitando a classe. "Nosso plano é de equiparação salarial no Estado. Lutamos por isso em todas as cidades que negociamos e aqui em Caruaru não poderá ser diferente. Queremos um salário-base de R$ 3.060", explicou.

Os médicos demissionários receberam a orientação de agir com cuidado na hora de deixar os plantões nesta sexta-feira. "Não queremos que os pacientes fiquem sem os devidos cuidados, principalmente os que estão na UTI. Neste caso, a recomendação é de que acionem o diretor técnico das unidades de saúde para repassar a responsabilidade pelos doentes", acrescentou Jordão.

O diretor do Simepe, Danilo Souza, explicou que outros médicos podem aderir à decisão, cumprindo os 30 dias de aviso prévio como fizeram os que já se desligaram do trabalho. "Não estamos entregando o nosso trabalho de surpresa e nem gostaríamos de chegar a esse ponto. Infelizmente, a proposta feita pela Prefeitura a nós, profissionais, não contempla a categoria. Temos o direito de escolher onde trabalhar", argumentou.

De acordo com informações de médicos que deixavam o plantão, bombeiros, que não são médicos, foram mobilizados para fazer regulação médica. Esse tipo de situação corresponde à prática ilegal da medicina e pode comprometer a vida dos pacientes, conforme afirma a diretoria do Simepe.
Fonte : Imprensa/Simepe, com edição de Denise Teixeira

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